O comércio de aparelhos eletrônicos pode receber luz verde do Brasil no final de agosto. Os aspectos aduaneiros, imigratórios e legais já estão prontos, só falta definir a questão do protocolo sanitário, mas muitos comerciantes e empresários a esta altura já apostam diretamente na reabertura da fronteira.
É uma modalidade comercial promovida pela Câmara de Comércio e Serviços, que viu nesta possibilidade, uma espécie de balão de oxigênio, mas que aparentemente e na opinião de muitos empresários desta organização já estaria atrasado, porque o momento já se tornou simplesmente insustentável.
Enquanto isso, do Brasil soube-se que a Receita Federal está consultando as autoridades estaduais em tudo relacionado ao protocolo de saúde. Pedro Juan Caballero, Salto del Guairá e Ciudad del Este serão beneficiadas. O sistema permite a venda online e que os compradores possam chegar à fronteira, retirando-se dos armazéns autorizados pela alfândega, sem entrar no território nacional.
Juan Vicente Ramírez, vice-presidente da Câmara de Comércio e Serviços de Ciudad del Este, comentou que a Chancelaria Nacional está presenciando a implantação do Centro de Logística para Entrega de Produtos. “Parece-me que ele está chegando um pouco atrasado. Na hora que eles definirem, vamos ter a ponte reaberta, pela necessidade que estamos tendo hoje. Devido à nossa necessidade e urgência, opto por reabrir a ponte em conformidade com esse protocolo. Como vimos, o prefeito de Foz do Iguaçu e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estão trabalhando nesse protocolo e chegaram a um acordo com a contraparte paraguaia”.
Ramírez, refere-se a um protocolo sanitário no qual as autoridades brasileiras e o setor privado vêm trabalhando há muito tempo, mesmo com a participação de autoridades comunitárias de Ciudad del Este. É independente do promovido pelo Governo do Alto Paraná.
Necessidade
De acordo com o empresário, o trabalho do Itamaraty para viabilizar o comércio eletrônico é reconhecido, mas neste momento perde o sentido devido à possibilidade de acelerar o processo de abertura da fronteira. “O processo é muito lento e acredito que hoje temos que lutar pela reabertura da ponte, insisto novamente, para a qual é preciso um dia de governo na fronteira. Isso vai acelerar muito o entendimento e a prioridade, porque quando você administra de um ponto remoto, você deixa em segundo plano a necessidade urgente que está sendo vivida pelos cidadãos, principalmente Ciudad del Este”, explicou.
O empresário sustenta que facilmente na capital do Departamento de Alto Paraná, cerca de 80 mil pessoas estão desempregadas, outras subempregadas que mal obtêm um pouco de renda. "À medida que a restrição de trabalho nesta pandemia se prolonga, mais e mais empresas fecham, em vez de abrir, o índice de lojas fechadas está aumentando".
Segundo Ramírez, no início da pandemia as lojas fechadas chegavam a 60%. “Hoje eu acho que em certos momentos do dia chega a 80%. Quanto a nós, acho que 95%”.
Para o setor empresarial de Ciudad del Este, esse é o momento mais crítico do ponto de vista econômico. A cidade nunca viveu e passou por tal momento, embora sempre soube resistir a situações extremamente complicadas, mas esta é a primeira vez que sofre um fechamento de fronteira tão prolongado.